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segunda-feira, abril 04, 2005




Beaujolais Nouveau


Paulo Roberto da Silva. Um nome comum. Paulinho, como era chamado pelos seus familiares, um rapaz magricelo, vivia sendo motivo de chacota dos amigos de sua rua. Caniço, saracura e vara-pau eram apenas alguns dos apelidos que seus companheiros de brincadeira utilizavam para apelidá-lo. Paulinho sentia-se muito só em sua infância.

Ficou adolescente, e com a adolescência espichou ainda mais. Continuava magro e sendo humilhado por seus colegas de rua. Além de só, sentia-se tímido por sua magreza. Não conseguia se aproximar das meninas de sua idade, muito menos conversar com elas. Sentia-se cada vez mais só em sua adolescência.

Próximo dos 18 anos, Paulinho resolveu entrar para uma academia. Queria ficar forte - sarado, como diziam os amigos - e conseqüentemente, perder a timidez e ganhar uma namorada. Começou a fazer musculação impulsionado única e exclusivamente porque a encarou como um bálsamo para todos os seus problemas.

Houve alguma mudança, mas muito pouca. Paulinho se irritou. Queria resultados, e rápidos. Um colega de academia indicou um remédio, veterinário, que faria com que sua massa muscular se desenvolvesse rapidamente. Ficaria forte, e assim chamaria a atenção das meninas, finalmente.

Se Paulinho conhecesse de vinhos, saberia que um deles - o Beaujolais Noveau - vive quase exclusivamente de marketing e aparências. É um vinho famoso por sua marca, não pelo seu sabor, textura ou gosto. Chega a ser depreciado pelos especialistas, mas sobrevive por seu falso glamour.

Em uma sociedade de aparências e falso glamour, Paulinho se portou tal e qual um Beaujolais. Tomou o remédio veterinário. Esqueceu que uma ampola bastava para um cavalo, de 300 quilos. Ele pesava 75. Sentiu-se mais forte, os músculos maiores. Tomou banho para ir a boate, mostrar seu corpo. Se olhou no espelho. Braços fortes. Foi a boate. Braços inchados. Dançou. Corpo inchado. Dançou. Sentiu-se mal. Dançava mais. Teve convulsões. Dançou de vez. Morreu em um quarto de hospital, por causa dos anabolizantes.



Conto depositado por Art at 10:39 PM








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Arthur Chrispin, 20 e poucos, Advogado feliz e contente, mas observador e amante da vida, músico, poeta e letrista por hobby, noivo, Capixaba de nascimento, Carioca de alma, Pernambucano por circunstância e amor. Feliz assim. Gosta de escrever contos, crônicas e o que der na telha. Sonha fazer 100 contos. Sabe que não valerão nada. Mas tem a cara de pau de publicá-los assim mesmo.


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