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terça-feira, abril 26, 2005




Bolero Dreams


Uma noite. Mais uma noite. Só mais uma noite? Não, ainda uma noite... uma noite triste, em um lugar triste. Quer dizer, uma discoteca que toca techno a noite inteira não é um lugar necessariamente triste. O som é aquele bate-estaca que todos os modernos acham o máximo. Eu não sou moderna. Quer dizer, até me acho moderna, mas não gosto deste tipo de som. Além do que, acho qualquer boate da moda uma mistura de boca de fumo com motel, guardadas as devidas proporções de ambos.

A menina dança. Dança nada. Mentira minha. Começos de parágrafos geralmente pedem uma idéia. Sou muito egoísta para começar um parágrafo dizendo a verdade, ainda mais se a verdade é sobre mim. Tampouco sou forte o suficiente para manter a mentira. Mentiras são mais complexas que um jogo de War II, quando você só tem a Ilha de Sumatra. Ok, admito que nem todo o parágrafo que começo é mentira, mas esse foi.

Confusa, muito confusa. Devem ser os quatro sex on the beach. O drink, porque a fantasia não se realiza faz tempo. Você deve se perguntar o porquê de uma menina de 19 anos não ter sequer um raciocínio linear, nem um passatempo horizontal. Poderia responder que conheço mulheres de 27 bem piores do que eu, mas seria fugir da pergunta. Então serei direta como poucas vezes fui em minha vida: Me sinto só. Sou só. O fato de beijar a boca de alguém não me faz ser menos só. E não adianta procurar nos lugares onde vou. Porque não vou achar o que quero.

Sim, eu sei, deveria freqüentar outros lugares. Quem iria comigo? O lugar que quero ir é lugar nenhum, é o meu lugar, qualquer lugar. É encontrar uma cara-metade, para tomar e fazer sex on the beach. É rir de tudo e chorar por nada, sem encontrar nenhuma explicação para quaisquer das alternativas citadas. É ser feliz sem precisar pensar em sê-lo, algo automático como ir ao banheiro pela manhã, ou olhar uma notícia em uma revista de fofoca quando se passa pela banca. É escutar as músicas melosas do Guilherme Arantes e do Roupa Nova com a reverência que se escuta Chico Buarque. É dançar bolero sem soar ridículo, mesmo sabendo que soa. Pelo menos na minha idade soa.

É isso, amar é ridículo. Pois que é lindo. Lindo (e ridículo) como o bolero. E isso é um sonho. E vou continuar sonhando este sonho. Compassado... dois pra lá, dois pra cá... o sonho de dançar juntinho, o bolero de amor.

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Continuando a batalha de não coabitar com um computador mas sem desistir jamais



Conto depositado por Art at 9:32 PM






segunda-feira, abril 04, 2005




Beaujolais Nouveau


Paulo Roberto da Silva. Um nome comum. Paulinho, como era chamado pelos seus familiares, um rapaz magricelo, vivia sendo motivo de chacota dos amigos de sua rua. Caniço, saracura e vara-pau eram apenas alguns dos apelidos que seus companheiros de brincadeira utilizavam para apelidá-lo. Paulinho sentia-se muito só em sua infância.

Ficou adolescente, e com a adolescência espichou ainda mais. Continuava magro e sendo humilhado por seus colegas de rua. Além de só, sentia-se tímido por sua magreza. Não conseguia se aproximar das meninas de sua idade, muito menos conversar com elas. Sentia-se cada vez mais só em sua adolescência.

Próximo dos 18 anos, Paulinho resolveu entrar para uma academia. Queria ficar forte - sarado, como diziam os amigos - e conseqüentemente, perder a timidez e ganhar uma namorada. Começou a fazer musculação impulsionado única e exclusivamente porque a encarou como um bálsamo para todos os seus problemas.

Houve alguma mudança, mas muito pouca. Paulinho se irritou. Queria resultados, e rápidos. Um colega de academia indicou um remédio, veterinário, que faria com que sua massa muscular se desenvolvesse rapidamente. Ficaria forte, e assim chamaria a atenção das meninas, finalmente.

Se Paulinho conhecesse de vinhos, saberia que um deles - o Beaujolais Noveau - vive quase exclusivamente de marketing e aparências. É um vinho famoso por sua marca, não pelo seu sabor, textura ou gosto. Chega a ser depreciado pelos especialistas, mas sobrevive por seu falso glamour.

Em uma sociedade de aparências e falso glamour, Paulinho se portou tal e qual um Beaujolais. Tomou o remédio veterinário. Esqueceu que uma ampola bastava para um cavalo, de 300 quilos. Ele pesava 75. Sentiu-se mais forte, os músculos maiores. Tomou banho para ir a boate, mostrar seu corpo. Se olhou no espelho. Braços fortes. Foi a boate. Braços inchados. Dançou. Corpo inchado. Dançou. Sentiu-se mal. Dançava mais. Teve convulsões. Dançou de vez. Morreu em um quarto de hospital, por causa dos anabolizantes.



Conto depositado por Art at 10:39 PM








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Arthur Chrispin, 20 e poucos, Advogado feliz e contente, mas observador e amante da vida, músico, poeta e letrista por hobby, noivo, Capixaba de nascimento, Carioca de alma, Pernambucano por circunstância e amor. Feliz assim. Gosta de escrever contos, crônicas e o que der na telha. Sonha fazer 100 contos. Sabe que não valerão nada. Mas tem a cara de pau de publicá-los assim mesmo.


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