segunda-feira, abril 17, 2006
Abril
É um mês. Só um mês, como tantos outros onze do calendário. O mês onde as folhas do outono começam a cair, amareladas e secas. O mês da renovação. Abril, o mês no qual nasci.
Quando lembro do que não lembro, ou seja, dos primeiros anos de vida, vejo o quento o ser humano pode crescer e mudar. Melhor, moldar. Se moldar às necessidades e dificuldades de uma vida em amplo e intenso movimento. Dos meus sonhos, de mais variadas formas e formações, só sobrou o bojo, o caráter, a iniciativa de fazer e realizar. Deve ser assim como todo mundo. Eu sempre quis ser um monte de coisas. Hoje, sou eu. E isso é muita coisa, pelo menos pra mim.
Lembro também dos amores inesgotáveis e doloridos, que no ano seguinte já estavam esquecidos, ao passo que o verdadeiro amor, mesmo com todas as lutas, sempre se faz presente. Da rejeição, da popularidade, os extremos que sempre permeiam a vida de qualquer sujeito. Do dia em que o sangue jorrou pela primeira vez e todos viram; do dia em que jorrou silencioso e ninguém pôde (ou quis) ajudar.
Recordo do dia em que Daniel Day-Lewis mudou minha vida, "Em nome do Pai". Em que fui um paciente britânico para me apaixonar perdidamente por Juliette Binoche, que vi Denzel Washington e Tom Hanks dizerem pra mim, só pra mim: Moleque, vai lá e faz direito, é a sua cara. Muitas coisas se passaram, 2 títulos brasileiros do Mengão, 2 mundiais da Seleção, e uma derrota pra França por 3 x 0, quando eu estava brigando com uma namorada e meu celular voou uns 20 metros, e acreditem, a culpa não foi do Zagallo.
Mais um mês de um ano se passa... pra mim é mais um ciclo que se fecha. Como as árvores, minha folhas caem e se transformam neste mês. Afinal, eu sou de abril.
Conto depositado por Art at 5:37 PM
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