quinta-feira, maio 04, 2006
Fumaça, engrenagem e vida cotidiana Lá vamos nós, caminhando a passos rápidos, lépidos. Um dia como outro qualquer, onde nos defrontamos com a realidade em preto e branco de uma cidade comum, que alguém teima em definir como "esplêndida". Esplêndidos são a simplicidade, a dignidade e o conforto. Palavras abstratas nos tempos de hoje.
Roubam nosso dinheiro, subestimam nossa inteligência. Teimam em renegar as poucas horas de l(pr)azer que temos. O mundo voa enquanto caminhamos. E caminhamos lépidos. Quem somos nós? Quanto vale nosso esforço? Você tem esperança de que? Você tem esperança de? Você tem... esperança?
Os ponteiros do relógio se cruzam mais uma vez. Poente e nascente se confudem, misteriosos e jocosos. Desejos, sonhos e aspirações viram peças de Lego cujos encaixes caprichosamente não coincidem. Simplicidade, dignidade, conforto. Sonhos. Você sonha com o que? Você sonha com? Você... sonha?
E lá vamos nós ao fim do dia, com sonhos e dinheiro virando fumaça na fábrica de consumo cotidiano. A vida cotidiana tão profunda por ser rasa, na qual nossos mais infantis pedidos são conseguidos de forma dura. Engrenagens somos nós, feitos de carne e osso, além de cores belas do futuro que teima em não chegar, e descolore no presente. Por que vivemos? Vivemos por saber que podemos pintar o futuro, podemos ser donos da aquarela que hoje em dia está nas mãos de alguém que não tem talento ou dedos pra pintar. Você, eu, nós. Engrenagens a pleno vapor.
Conto depositado por Art at 4:45 PM
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