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terça-feira, abril 25, 2006




O Cassino (11/2004)


O grande agente secreto Julio Barros estava atarefado demais com as burocracias do seu disfarce de bancário da Caixa Econômica Federal. JB - como o bom whisky, o bom jornal e o quasevoltandoaserbom zagueiro - se via envolto no meio de tantos processos e aberturas de contas infindáveis, que conseguiu durante um bom tempo se esquecer da máfia hispano-armênia liderada por Mr.Danza e Mr.Avzaradel.

Um belo dia o seu celular toca. Ele não consegue atender e liga de volta, a cobrar, claro, uma vez que não pode dar na pinta do seu glamuroso emprego de agente do governo. Era sua chefe, Mrs. Ebrenz. Uma agente de grande conceito, casada com um romeno que vivia na Albânia e é refugiado do Kosovo - Mr. Kasiarz - Mrs. Ebrenz acumula as funções de agente-chefe da organização com as de dona de casa, mãe 24 horas, dona de um boxer e praticante de boxe. Com essas credenciais, JB sabia que aquela ligação não era brincadeira e tratou de ser o mais singelo e humilde possível:

- Oi Chefe

- JB, a máfia abriu mais um estabelecimento

- Sério? mais uma casa de família?

- Não, agora é um cassino.

- Um cassino? Sério? Onde?

- Na esquina da Rua do Riachuelo com Tadeu Kosciusko.

- Ok, irei para lá assim que atingir minha meta de clientes diários.

- Certo. Lembre-se que o estabelecimento é disfarçado.

- Ok Gostos... ops, chefe


Ao fim de mais um dia de trabalho, JB foi ao Bairro de Fátima, um aprazível bairro do Centro do Rio, conhecido por sua fartura, supermercados e motoristas de ônibus que atropelam velhinhas. Chegando lá, JB não conseguiu acreditar quando viu o disfarce no qual o cassino se escondia: A Toca do Coelho, que para as classes C, D e E tem o mesmo peso de uma Confeitaria Colombo. Sabia que ali era um disfarce, mas não sabia como entrar. Ficou de tocaia, quando viu uma figura muito conhecida aparecer de batina e sandálias franciscanas: Monge Antonino, a figura mais amada do Leblon, a ponto de ofuscar Manoel Carlos quando aparece na rua. O Monge era tão habilidoso com as cartas quanto comendo hóstias, e JB sabia disso. Ouviu a Senha disparada pelo Monge - "Vim buscar meus ovos de páscoa" - e mandou a mesma ladainha, adentrando o recinto.

Lá dentro, atrás de vários ovos e chocolate do século passado, estava a porta que levava ao cassino. O que JB não sabia, nem desconfiava, era que lá dentro estava a nata da máfia hispano-armênia: Mr. Danza, dono de 95% do Bairro de Fátima - "como não pensei nisso antes, que droga!" - Mr. Avzaradel, entre outros. Uma presença chamava atenção no local. Um empresário, do alto de seus 1,40m. Óculos redondos, figura franzina, político conhecido na cidade inteira, Mr. Potter foi fazer uma fézinha justamente aquele dia. Encontrou uma mesa conhecida: de um lado, Mr. Danza e Caveirinha, seu segurança particular que tem esse nome justamente por causa disso que você está pensando, além de Mr.Avzaradel, claro. Do outro, Mr. Potter e o Monge Antonino.

Logo após, chegou o mais temido bicheiro da Tijuca, Luis del Samba. Del Samba disputa com Orestes Vareta a maior quantidade de pontos de bicho da cidade. Ele fica com a área do bairro Tijucão, enquanto Orestes domina Madureira, Oswaldo Cruz e adjacências. Del Samba provavelmente queria se aliar a Mr. Danza, mas quando Mr.Danza o olhou, apenas o cumprimentou brevemente, soltando um petardo direcionado a nosso agente fanfarrão:

"Rrota Bê, porque me persegues?"

Ao que o agente respondeu:

"Veja bem Mr. Danza, talvez porque seja uma personagem exclusiva do autor deste texto, talvez porque eu trabalhe em uma agência do governo e você seja criminoso, ou só de sacanagem, isso não vem ao caso. O que vem ao caso é que aqui estão algumas das maiores entidades do Rio de Janeiro, e as coisas vão ficar difíceis. Pra quem eu não sei..."

Mr. Danza não perdeu a calma, escoltado no seu portunhol herdado de Chico Recarey:

"Rrrrota Bê, não sea tan radical. Usted tem de ver el seguinte: Estoy precisando de sua ajuda. Usted acha que entraria aqui se eu não quisesse falar com você?"

Diante do óbvio ululante pintado em sua frente, JB resolveu contemporizar...

"tem um whisky aí?"

E Mr. Danza falou:

"Usted tiene de me ajudar... Mr.Mendes me vendeu 300 garrafas de Natu Nobilis como se fuera Johhny Walker. Así fica difícil trabalhar... muy complicado!"

A proposta enveredou por vários caminhos e ficou acertado que capturar Mr.Mendes era una missión por fuera de JB. Assim, com sua vida garantida - e uns trocados também - nosso agente se dedicou a ver o jogo de poquer, uma rodada que contava com Potter, Monge, Danza e Avzaradel, até porque, com um texto deste tamanho, capturar Mr.Mendes só em um futuro episódio.

A partida caminhava dramática. Uma fortuna rondava a mesa. O Monge, tenso, aposta uma soma alta, rezando para que ganhasse a rodada e não desperdiçasse todo o dízimo daquele mês; Avzaradel, como sempre seguro e falastrão, debocha, cobra e pede o dobro; Potter diz, seguro: " - 100 paus" e coloca um caminhão de fichas de 1000 na mesa. Todos se entreolham e Danza, solta a pérola: " - Yo sé que tu não tienes pau, sendo así cubro su oferta, dobro o valor em dinero e quero su mujer!". O clima pesa, Potter aceita a aposta - "Leva aquela baranga, mas se eu ganhar quero três garotas suas para serem minhas faxineiras. Eu pago pra ver" - . Danza aceita, olha para JB e indaga: " - Rrrrota Bê, que achas?".

JB finaliza, de pronto: " É óbvio que o monge vai levar."

Todos se entreolham, e JB continua: -"Todos querem lavar seu dinheiro... Potter não quer se livrar da baranga, filha de um deputado do PDT de mil novecentos e Leonel Brizola era vivo, pois sabe que sem ela, ele é um nanico, sem trocadilhos. Muito menos você se desfaria de três meninas tão fácil. Avzaradel foi seu testa-de-ferro, para variar."

Todos, com exceção d´O Monge ficam furiosos, mas se calam e dão o dinheiro para o clérigo. Danza olha para JB e diz: "Mendes, em un mês, cabrón". Os outros só externam sua raiva. O Monge mostra discretamente seu ridículo par de 6, com um sorriso agradecido e nosso agente pensa na explicação que dará a Mrs. Ebrenz, que fatalmente perguntará porque o cassino continua funcionando... sai pela cidade e ainda encontra Del Samba: " Diz aí, ô federal... quer uma carona?". Às 3 da manhã, convém aceitar más companhias...



Conto depositado por Art at 4:25 PM








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Arthur Chrispin, 20 e poucos, Advogado feliz e contente, mas observador e amante da vida, músico, poeta e letrista por hobby, noivo, Capixaba de nascimento, Carioca de alma, Pernambucano por circunstância e amor. Feliz assim. Gosta de escrever contos, crônicas e o que der na telha. Sonha fazer 100 contos. Sabe que não valerão nada. Mas tem a cara de pau de publicá-los assim mesmo.


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