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quarta-feira, dezembro 01, 2004




A Feiticeira e o Cavaleiro



Era uma vez um menino. Um menino muito esperto e forte, que não tinha medo de nada. Em suas caravelas de papel, era o almirante. O Barão Vermelho que pilotava pipas que rasgavam os céus, provocando a queda de outras, como ases alemães em aviões inimigos. Não tinha medo de sangue, não tinha medo da dor.

Encrencas com garotos maiores, cachorros ou vizinhos rabugentos não o faziam tremer, pois sabia que, quando chegasse em casa, sua avó estaria lá, como uma feiticeira imbatível, com a fórmula mágica para a cura de seus percalços, uma poção mágica chamada Elixir Sanativo, acompanhado de seus carinhos, conselhos ou broncas, livrando-o de todo mal.

Quando a noite chegava, não tinha medo do escuro, pois sua guardiã leria mais uma fábula na qual o bem venceria o mal, inexoravelmente. Cresceu acreditando nas coisas boas da vida, na felicidade. Estudou, se formou, batalhou, para orgulho de sua avó, a sua feiticeira imbatível.

O tempo passou e o menino virou homem. Um cavaleiro dos tempos modernos. Falando em tempo, ele surgiu como o grande inimigo de sua mentora. Começou a roubá-la, em uma rotina pontual e diária, pedaço a pedaço. Em um fatídico dia, se apresentou como “o” inimigo final: Invisível, incansável e - pior de tudo - invencível.

Por mais que ela lutasse e se mantivesse forte, a magia que a envolvia começou a se esvair e deixou-a desprotegida. O menino-homem que nunca teve medo, mas sempre teve esperança, se deparou com uma inversão de sentimentos. Conheceu a face gélida do medo e perdeu a sua esperança. Começou a não dormir, a chorar em seco, relembrando o passado como um grosso livro antigo, lido em segundos, com páginas se poendo e desaparecendo entre seus dedos.

O homem com alma de menino começou a se sentir só, e contestou um Deus que ele não sabia mais se existia, mas que, se existisse, seria muito injusto com ele e sua amada avó. A feiticeira, mesmo perdendo a luta contra o tempo, se mantinha serena e sábia. Lutar contra o tempo seria inútil, mas lutar pelo seu protegido cavaleiro jamais.

Sentia o olhar longínquo e diferente de seu querido neto. A alma infante, amedrontada e triste. Sabia que o destino a levaria, de forma quase intuitiva, mas antes disso teria de lutar para ensinar seu neto a domar e lidar com o medo, que deixado livre e selvagem, é um inimigo muito pior que o tempo.

E a isso ela se dedicaria até a hora em que o tempo a levar: A lutar pelo seu menino de ouro. Enquanto houver chances o menino lutará pela feiticeira. Enquanto houver sopro de vida, a avó lutará pelo cavaleiro. Mas ambos nunca esquecerão este dia. O dia em que o cavaleiro sentiu medo de perder a avó. E a feiticeira sentiu medo que o menino se perdesse.

______

Texto em homenagem a um grande amigo, o Ice Man, que passa por um momento delicado em sua vida. Mandei a ele o original, e ele colocou alguns pequenos - porém relevantes - pontos. O resultado está aqui, em um trabalho a quatro mãos: Duas mãos que sentem a dor e outras duas que são solidárias. Força amigo.




Conto depositado por Art at 1:32 PM








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Arthur Chrispin, 20 e poucos, Advogado feliz e contente, mas observador e amante da vida, músico, poeta e letrista por hobby, noivo, Capixaba de nascimento, Carioca de alma, Pernambucano por circunstância e amor. Feliz assim. Gosta de escrever contos, crônicas e o que der na telha. Sonha fazer 100 contos. Sabe que não valerão nada. Mas tem a cara de pau de publicá-los assim mesmo.


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