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sexta-feira, novembro 19, 2004





O Elevador



Entrou no elevador. Ia para o décimo-terceiro andar. Eram 3 da madrugada. - "Um horário inóspito", pensou. Estava doido para chegar em casa. Tinha acabado o plantão e bebido umas cervejas. Estava com a bexiga cheia.

Entrou no elevador. Apertou 13, pequena viagem. Assim que fechou a porta, não resistiu: Soltou um pum barulhento e fedido. Sentiu-se aliviado. Iria pagar a penitência daquele pecado, sentindo o cheiro fétido de sua obra. - "Mas sentirei sozinho", pensou.

Naqueles intermináveis segundos entre o térreo e o décimo-terceiro andar, apenas esperava a porta abrir. Ela abriu. No sétimo andar. Um casal entrou. Ela morava no sétimo e ele, no décimo-quinto. 3 da madrugada. Horário inóspito. - "Por que o machismo maldito existe? Se não existisse, ele dormiria na casa dela.", pensou, desesperado.

Médico renomado, chefe de emergência de um dos maiores hospitais do Recife, olhou apavorado para aquele casal. Sua reputação no prédio estaria arruinada. Como poderia defender suas posições na reunião do condomínio? Logo diriam: - "O peidão quer falar! O peidão quer defender maior orçamento para a limpeza, mas como defender a limpeza se ele polui o ambiente?". Pensou em outras chacotas, murmúrios nos corredores dos quatro blocos do edifício. Porteiros e diaristas o olhando de lado, com desdém.

Sentiu-se em uma cela. O elevador, que seria seu porto seguro, se transformou em uma cela. Ironia. Com dois inquisidores a nem sequer encará-lo, olhando um para o outro, dizendo coisas apaixonadas de forma silenciosa. Ironia. - "Pura ironia, estão é disfarçando", pensou, enquanto escutava apenas arrulhos. - " 20 anos de serviço, ajudando os outros, alicerçando uma reputação, para aqui, agora, ela se esvair... em gases".

Décimo-segundo andar, escuta o casal falar pela primeira vez:

- "Amor?"
- "Oi."
- "Esqueci o descongestionante nasal, como nós vamos conseguir dormir, se ambos estamos com uma sinusite braba? Temos de voltar em casa e pegar."

Apertam o elevador para o sete. Abre-se a porta no décimo-terceiro andar. Alívio. Não sentiram o cheiro. Alívio. Está na porta de casa. Alívio. Alívio. Tanto alívio que não segurou a bexiga, se molhando inteiro. Mas tudo bem. Afora ter de lavar a calça branca, não teve nenhum prejuízo. E decidiu segurar seus ímpetos secretos ao entrar no elevador.



Conto depositado por Art at 8:55 AM








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Arthur Chrispin, 20 e poucos, Advogado feliz e contente, mas observador e amante da vida, músico, poeta e letrista por hobby, noivo, Capixaba de nascimento, Carioca de alma, Pernambucano por circunstância e amor. Feliz assim. Gosta de escrever contos, crônicas e o que der na telha. Sonha fazer 100 contos. Sabe que não valerão nada. Mas tem a cara de pau de publicá-los assim mesmo.


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